Ler histórias na sala de aula
As histórias tradicionais
As histórias do quotidiano
A novela histórica
As histórias de aventura e mistério
As histórias tradicionais na sala de aula
Na categoria de histórias tradicionais incluem-se as lendas, as fábulas, os mitos e os contos populares. Todas estas histórias começaram por ser transmitidas oralmente, um dia foram registadas por escrito e, a partir de então, foram rescritas por muitos e variados autores, em prosa e em verso. Suporte cultural, depositárias de conhecimentos, sabedoria, convicções, práticas sociais, juízos de valor, representam também os voos de imaginação de gerações sucessivas.Se resistiram ao tempo e foram recontadas com as adaptações indispensáveis a cada época, foi porque encantam. E se encantam é porque contêm verdades intemporais acerca das características mais profundas do ser humano e das suas contradições. As histórias tradicionais, que as crianças acolhem com agrado, devem ser abordadas o mais cedo possível.
Sugestões de actividades
Embora as histórias tradicionais sejam habitualmente bem acolhidas pelas crianças, o professor deve verificar se a história, lenda, fábula ou mito que desejaria trabalhar com os seus alunos não foi já trabalhada em anos anteriores, pois ouvir contar várias vezes a mesma história pode ser aliciante, mas trabalhar sucessivamente o mesmo enredo torna-se facilmente fastidioso, provoca desinteresse e não estimula o progresso. A partir de certa idade, a maioria dos alunos deseja ser surpreendida, deseja fazer descobertas, aborrece-se ou desmobiliza ao repisar o que já sabe. A maior parte das histórias tradicionais prima pela clareza e pela nitidez da estrutura narrativa bem como pela definição das personagens. Não existindo grandes obstáculos à compreensão, prestam-se à realização na aula de trabalhos do tipo:
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treino de reconto oral -
treino de reconto escrito -
treino de resumo (resumos de várias dimensões) -
dramatizações -
ilustrações feitas individualmente ou em grupo
- As histórias do quotidiano na sala de aula
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os alunos compreendem e aderem afectivamente ao enredo; -
se interessam pelas situações vividas pelas personagens; -
estão interessados em debater as questões que o texto levanta.
As novelas históricas destinadas a crianças ou a adolescentes envolvem muita acção e mistério o que torna o enredo apelativo. De uma maneira geral os autores apresentam um quadro bastante nítido sobre ambientes, mentalidades, maneiras de viver de outras épocas pelo que a leitura representa um considerável enriquecimento cultural, promove uma maior abertura de espírito e um alargamento de horizontes.Para que a leitura de novelas históricas seja cativante, o professor deve assegurar-se de que os alunos compreendem os textos e aderem afectivamente às personagens, às situações, à época tratada.Quando o contexto levantar obstáculos à compreensão imediata, o professor deverá dar as informações necessárias para que as dúvidas ou a sensação de estranheza desapareçam.As histórias de aventura e mistérioAs histórias de aventura e mistério obedecem a uma matriz encontrada na primeira metade do século XX e que permanece actual: narrativa ágil, ritmo intenso que se adensa até atingir o clímax, epílogo serenante, personagens principais da idade dos leitores, opositores de características nítidas, descrições sucintas; diálogos frequentes; narrador omnisciente, enigmas para desvendar, pistas que permitem ao leitor antecipar o desfecho, final feliz.Este tipo de histórias tem-se revelado uma peça-chave na aquisição do gosto pela literatura entre as crianças de todo o mundo, em parte devido à cumplicidade que o escritor propõe aos seus leitores, mas também porque suscita sentimentos de pertença a um grupo coeso e bem-sucedido. Além disso, a manutenção do suspense não deixa esmorecer o interesse pelo enredo, e a lógica interna da narrativa torna-a particularmente sedutora para quem se encontra numa etapa crucial do desenvolvimento do raciocínio. É frequente os autores de livros de aventura e mistério não escreverem livros isolados mas colecções, o que permite ao leitor reencontrar os seus heróis, envolver-se afectivamente, sentir o prazer de ler e o desejo de ler mais.O entusiasmo por uma determinada colecção representa, muitas vezes, uma etapa importante na aquisição de bons hábitos que vão assegurar persistência no interesse por livros e amor à leitura para o resto da vida.Embora estas histórias sejam habitualmente bem-sucedidas, é desejável que o professor verifique se os títulos que deseja ler na aula já foram lidos ou trabalhados em anos anteriores, para evitar repetições. Convém também verificar se, de facto, aderem às personagens e ao enredo.
Sugestões de actividades
Têm-se utilizado com sucesso vários tipos de estratégias, para apoiar a leitura e para assegurar melhor compreensão e aprofundamento dos vários tipos de histórias lidas na sala de aula:
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Leitura por capítulos, seguida de preenchimento de fichas que orientem a compreensão do texto -
Identificação das personagens principais e secundárias -
Caracterização física e psicológica das personagens -
Identificação do(s) contexto(s) em que decorre a acção -
Caracterização de locais e ambientes em que decorre a acção -
Identificação dos momentos-chave na sequência narrativa -
Identificação de etapas nucleares de cada capítulo, para treino de resumo -
Atribuição de títulos alternativos aos capítulos -
Elaboração de finais alternativos -
Identificação da mensagem ou das mensagens que o autor quis veicular. -
Ilustração das cenas preferidas -
Dramatização de cenas eleitas -
Trabalhos multidisciplinares envolvendo outras áreas (História, Expressão Plástica, EVT, Música, etc.) -
Trabalhos de pesquisa centrados em personagens, ambientes, factos, etc., sugeridos pelo livro.
Contar hitórias na sala de aula
Ouvir histórias – um primeiro passo para dominar a leitura
Ouvir contar histórias na infância leva a interiorização de um mundo de enredos, personagens, situações, problemas e soluções, que proporcionam às crianças um enorme enriquecimento pessoal; e contribui ainda para a formação de estruturas mentais que lhes permitirão compreender melhor e mais rapidamente não só histórias as escritas, mas também os acontecimentos do seu quotidiano.Na época actual a maioria das crianças não tem oportunidade de ouvir histórias no seio familiar. Cabe ao jardim-de-infância e à escola assegurar que lhes não falte essa experiência tão enriquecedora e tão importante para a aprendizagem da leitura.
Um bom contador de histórias tem que saber adaptar-se ao público. Esse ajuste é feito ao vivo, de uma forma rápida e quase imperceptível.
Se a assistência se distrai, há que mudar o relato abreviando o enredo, introduzindo novas peripécias, criando suspense. Se a assistência se mostra fascinada, vale a pena prolongar o efeito e ir adiando o desfecho.
A mesma narrativa terá que apresentar cambiantes conforme a idade das crianças e as características dos vários grupos.
Sugestões de actividades
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Conte sobretudo histórias que conheça bem e de que goste. -
Identifique previamente os acontecimentos chave para os apresentar de forma clara e nítida e sugestiva. - Conte a história como se estivesse a vê-la desenrolar-se por cenas.
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Ensaie em casa, ao espelho, ou diante de pessoas que lhe possam dar um feed back. -
Observe as reacções das crianças enquanto conta a história para poder fazer os ajustes necessários. Pode, por exemplo, aligeirar uma situação se as crianças estão assustadas ou torná-la mais dramática para envolver emocionalmente os ouvintes. -
Sempre que possível envolva as crianças no relato. -
Se as crianças exigirem que torne a contar a mesma história, deve considerar que a actividade foi um êxito.
Como envolver as crianças no relato
Pedir às crianças que: repitam frases; façam os gestos adequados para sublinharem a acção; emitam os sons de que a história refere (vento, bater à porta, etc.).
Suscitar antecipações, perguntando: O que é que acham que vai acontecer a seguir?
Suscitar o reconto em grupo, sobretudo com os alunos mais velhos.
Como suscitar o reconto em grupo
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Um ou dois alunos ajudam o professor. -
A história vai sendo contada pelos alunos e o professor só interfere quando necessário. -
Os alunos contam a história em grupos de dois ajudando-se mutuamente. -
Uma turma conta a história a outra turma -
Cada aluno escolhe o momento preferido e conta-a em pormenor acrescentando o que quiser. -
Os alunos são convidados a contar a história muito rapidamente e referindo apenas o essencial. (in PNL)